Uma reportagem do jornal britânico “The Guardian” afirma que um em cada quatro hackers norte-americanos trabalha como informante para o FBI. A informação é de Eric Corley, conhecido como “Emmanuel Goldstein” (personagem do livro 1984), um hacker que edita a revista 2600, uma publicação trimestral sobre questões de segurança e informática, comentando brechas em softwares e serviços.
Corley explica hackers identificados pelo FBI são ameaços com processos judicias e possíveis sentenças que deixariam os criminosos durante anos na prisão. “Devido às punições duras envolvidas e a relativa inexperiência de muitos hackers com questões da lei, eles estão vulneráveis à intimidação”, disse Corley ao jornal.
Com agentes do FBI ou informantes infiltrados em várias esferas da criminalidade on-line, muitos criminosos estariam o tempo todo desconfiados de seus “parceiros”. O jornal cita o caso de Bradley Manning, acusado de vazar os telegramas das embaixadas norte-americanas ao Wikileaks. Manning confessou seus atos a Adrian Lemo, um hacker que já foi condenado pela justiça. Lemo entregou Manning às autoridades.
Hacktivismo
Uma empresa contratada do FBI, a InfraGard, sofreu uma invasão de seus sistemas. O grupo “Lulz Security” assumiu a responsabilidade do ataque, que ocorreu depois de o governo americano declarar que iria passar a considerar invasões como “atos de guerra”. O “Lulz Security” desafiou o FBI a declarar “guerra”.
Participantes do movimento “Anonymous” também estão na mira do FBI, segundo o jornal. Pelo menos 40 mandatos de busca e apreensão foram cumpridos nos EUA e mais 5 no Reino Unido em busca por participantes dos ataques que derrubaram empresas como Visa e Master Card em defesa ao portal Wikileaks.
“O FBI está sempre lá, sempre observando, sempre nas salas de conversa. Você não sabe quem é um informante e quem não é, e não sabe até em que ponto você está vulnerável”, afirmou Barret Brown, um “ex-Anonymous”, ao jornal “The Guardian”.