Hemorroida: Saiba diagnosticar e tratar

As hemorroidas são vasos sanguíneos do canal e da borda do ânus que se dilatam. “Assim como as varizes da perna”, diz Sakano. A doença tem origem genética, mas some a isso o fato de passarmos tanto tempo em pé, o que dificulta o retorno do sangue. Os sintomas incluem dor, coceira, secreção e sangramento, além do surgimento de saliências na região anal.

Você está na mira

A incidência é semelhante em homens e mulheres. No entanto, a gravidez pode trazer desvantagens. “Durante a gestação, os vasos sanguíneos da região pélvica ficam mais dilatados para poder suprir a necessidade de sangue no útero e para o bebê. Além disso, o peso da criança dificulta o retorno do sangue, aumentando a pressão e a chance de aparecerem hemorroidas”, diz Sakano.

O que pode acontecer também por causa do esforço no parto. A boa notícia é que, com frequência, o problema desaparece logo em seguida.

Foi ao banheiro hoje?

Uma dieta rica em fibras ajuda a tornar as fezes mais suaves, assim como a ingestão de bastante líquido. Atividades físicas ajudam o intestino a funcionar melhor. Temperos como a pimenta, alimentos gordurosos e bebida alcoólica podem piorar os sintomas. Outros fatores agravantes: passar muito tempo sentada, roupas íntimas sintéticas, o uso de absorventes e sexo anal. Mas nenhum desses fatores pode ser considerado culpado pelo problema.

Alivie o incômodo

Uma fase importante do tratamento é feita com medicamentos e mudanças de hábitos, que não curam, mas amenizam os sintomas, ainda mais em casos menos avançados. “Estamos falando de pomadas e cremes anti-inflamatórios e analgésicos e de orientações simples”, diz o cirurgião do aparelho digestivo Sidney Klajner, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Opções de cirurgia

Quando os sintomas são intensos (muito sangramento ou dor que não melhoram com tratamento clínico, limitação para praticar exercícios ou permanecer em pé), procedimentos cirúrgicos são a solução. Vale lembrar, segundo Sakano, que as hemorroidas não evoluem para doenças mais graves nem aumentam o risco de ter câncer.

A cirurgia convencional, realizada com anestesia local, ráqui (na coluna) ou geral, é indicada para todos os casos e é a única que funciona para hemorroidas externas. Ela retira os vasos sanguíneos doentes e resolve o problema. Mas é dolorida e sua recuperação, longa: até dois dias de internação em hospital e repouso de 15 a 20 dias, com dor e sangramento. Felizmente, há tratamentos menos desgastantes.

Para as hemorroidas internas, a técnica de grampeamento chamada PPH, realizada com anestesia local, ráqui ou geral, dependendo da preferência do cirurgião, também retira os vasos doentes e é eficaz. A paciente recebe alta no mesmo dia ou no dia seguinte, e o tempo de molho em casa é de uma semana. Outra opção é o método THD (dearterialização hemorroidária transanal guiada por Doppler – um sinal de ultrassom que identifica fluxo sanguíneo por meio do som), que interrompe o fluxo sanguíneo responsável pelas hemorroidas inchadas. “A artéria é identificada com um Doppler e recebe uma sutura”, explica Klajner.

Assim como no PPH, a dor e o desconforto no pós-operatório são menores, pois o procedimento é realizado na região onde não há nervos sensitivos, ao contrário da cirurgia. “É feito com anestesia ráqui ou peridural e permite que a paciente vá para casa no dia seguinte e retome suas atividades em cinco dias”, diz Klajner.

Para os casos mais simples de hemorroidas internas (as de grau 1), há ainda tratamentos com gelo e aplicação de infravermelho, que exigem apenas sedação e funcionam como cauterizações (sem que a veia seja retirada) – mais ou menos como se faz com os vasinhos da perna. A recuperação é instantânea.

 

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