QQ, o chinês bom de preço

Um carro importado não precisa necessariamente custar muito caro. A prova maior está no pequenino- e bota pequenino nisso (3.50m de comprimento, 1.49 de largura, 1.48 de altura e entreeixos de 2.34m) - QQ (no exterior é quiu quiu) que a Chery trouxe para o Brasil para competir com o Mille (Fiat), Celta (GM) e o M-100 (Effa). Custando R$ 22.290, ele se transformou no modelo mais barato do mercado nacional, desbancando, por exemplo, o Mille Economy, que tem preço de R$ 23.200 sem qualquer acessório de conforto ou segurança. O pequenino terá uma única versão e traz de série airbag duplo, ar, ABS, direção, vidros elétricos, rádio CD player com entrada para USB, retrovisores com acionamento elétrico e regulagem de altura dos faróis e farol de neblina. Ou seja, em termos de custo benefício não há melhor. Mais do que disputar o segmento a marca chinesa está de olhos bem abertos para a nova classe média formada por cerca de 90 milhões que têm acesso a inúmeros bens de consumo. O QQ entraria em cena como o primeiro ou segundo veículo da família, com a vantagem de trazer de fábrica itens que nos rivais são opcionais ou inexistem nos pacotes de customização. Não é sem motivo que os executivos trabalham com a expectativa de vender em torno de 12 mil unidades este ano. Apesar da previsão de vendas é preciso ter em vista que ainda existe um certo preconceito em relação às marcas chinesas. Para vencer essa desconfiança o fabricante oferece um pacote de revisões a preços fixos que sairá no final
por R$ 596. E para atrair os integrantes dessa nova classe média foi criado um consórcio onde as parcelas ficam abaixo de R$ 300. Números à parte, partimos para o que realmente interessa, isto é, avaliar o QQ em um curto teste partindo do ancoradouro da Marina da Glória, passando pelo Aterro do Flamengo e terminando na Praia Vermelha, no bairro da Urca, um trajeto com menos de 10 quilômetros. A primeira impressão do carrinho é até favorável. Os faróis arredondados deixam a impressão que ele está “sorrindo” para você. Por dentro reina uma certa simplicidade que é quebrada pelo painel digital. Bancos (sem ajuste de altura, assim como os cintos de segurança) em tecidos claro, assim como as laterais, são um convite para quem tem filhos ver tudo sujo em pouco tempo. Logo nos primeiros metros da avaliação o motor até engana no quesito baixo ruído. Engana, pois assim que entramos na pista de velocidade do Aterro e pisamos fundo no acelerador, o ronco do propulsor torna-se muito alto, mesmo para quem viaja no banco traseiro (os dois ocupantes vão com os joelhos bem perto do banco dianteiro). O câmbio manual de cinco marchas é mais macio se comparado aos dos modelos nacionais, mas não apresentou engates imprecisos. Um fato que chamou a atenção foi o conjunto de suspensão (independente tipo McPherson, molas espirais e barra estabilizadora na frente, eixo rígido na traseira), macio em excesso para as ruas do país, o que contribui para a oscilação da carroceria em curvas um pouco mais fechadas. Quanto aos freios o sistema mostrou que o motorista deve pisar mais forte no pedal para conseguir a parada do carro, o que pode comprometer a segurança dos ocupantes em caso de uma freada de emergência, prejudicando o desempenho do ABS, principalmente na estrada. Em resumo, o QQ é um carro urbano. Não é um modelo para ser muito exigido em termos de desempenho por parte do motorista.
Motor: 1.1l (gasolina),
4 cilindros em linha,
68cv a 6000 giros
Câmbio: manual de
cinco velocidades
Preço: R$ 22.290
Gostamos: Equipamentos
de série, consumo e preço
Não gostamos: Ruído do
motor invade em demasia
a cabine, o curso do
freio é lento



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