Especialistas avaliam que os corpos das vítimas do submarino Titan foram fragmentados e podem servir como alimento para a fauna marinha.

 

Durante um passeio em direção aos destroços do Titanic, o submarino Titan sofreu uma implosão e se desintegrou nas profundezas do oceano. Devido à escassez de alimentos, criaturas marinhas desenvolveram mecanismos eficazes para identificar rapidamente os ossos e gorduras de outros animais como fonte de alimento.




Submersível Titan, em foto sem data — Foto: OceanGate Expeditions/Divulgação via Reuters

 

Especialistas afirmam que a implosão do submarino Titan no Oceano Atlântico, durante uma expedição para ver os destroços do Titanic, resultou no esmagamento e fragmentação dos corpos das cinco vítimas. Esses restos mortais foram divididos em partes muito pequenas, o que torna improvável a sua localização no futuro. Existem dois principais fatores que contribuem para essa dificuldade:

A enorme pressão exercida pela água em uma profundidade de 4 mil metros;

A presença de uma fauna marinha ávida por alimento, incluindo tubarões, peixes-bruxa e vermes-zumbis.

Os seres vivos que habitam as profundezas do oceano desenvolveram mecanismos eficazes para encontrar rapidamente fontes de alimentos, como ossos e gorduras de outros animais. Com isso, é provável que os corpos fragmentados das vítimas do submarino Titan sirvam como alimento para a fauna marinha local.

 

 

De acordo com especialistas, o submarino Titan implodiu devido à alta pressão exercida pela água a 4 mil metros de profundidade no oceano. A implosão foi tão rápida e intensa que esmagou os corpos dos passageiros em micropedaços, tornando impossível a sua recuperação.

Além disso, a fauna marinha ávida por alimento naquela profundidade provavelmente irá consumir os restos mortais. Seres como peixes, tubarões, crustáceos e vermes têm desenvolvido mecanismos para encontrar fontes de alimento escassas nas profundezas do oceano. Por exemplo, o verme-zumbi, um parente da minhoca, é especialista em consumir ossos de peixes, baleias e golfinhos, enquanto o peixe-bruxa é um oportunista que se alimenta de restos de outros seres vivos.

Segundo Paulo Yukio Gomes Sumida, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, as partes moles dos corpos das vítimas provavelmente desaparecerão em poucas semanas, enquanto os ossos, por terem uma matriz cálcica, podem levar um ou dois anos para serem devorados pelos organismos marinhos. A evolução das espécies que vivem nas profundezas do oceano as levou a desenvolver olfato apurado para encontrar sua fonte de alimento.

Vida marinha na região onde Titan implodiu — Foto: Vitoria Romero e Luisa Rivas/arte g1

Submarino: perguntas e respostas


A expedição tinha como objetivo ver os destroços do Titanic, que afundou em 1912 no Oceano Atlântico, a cerca de 3,8 mil metros de profundidade e a 650 km da costa do Canadá. A empresa de turismo marítimo OceanGate Expeditions organizou a expedição, cobrando US$ 250 mil (R$ 1,19 milhão) de cada passageiro.

O submarino utilizado na expedição, chamado Titan, tinha 6,5 metros de comprimento por 3 metros de largura e pesava mais de 10 toneladas. Era feito de fibra de carbono e titânio e guiado por um joystick que se assemelha a um controle de videogame. Movia-se a uma velocidade de 3 nós (5,5 km/h) e era impulsionado por quatro propulsores, tendo capacidade para levar até cinco pessoas.

Ao contrário dos submarinos de grande porte, o Titan não era autônomo e foi carregado na superfície do mar por 643 km até a região da descida. A expedição começou na sexta-feira (16), partindo de Newfoundland, no Canadá. A descida propriamente dita teve início no domingo (18), com a expectativa inicial de que levasse cerca de duas horas para chegar aos destroços do Titanic. No entanto, o módulo perdeu comunicação após 1 hora e 45 minutos de viagem e acabou desaparecendo.




0 comentários: